domingo, 2 de maio de 2010

A POESIA MORREU. 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Senti uma fisgada no peito, um colapso momentâneo...

Era a criatividade querendo passar por cima de um monte de lixo.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Quero.

Seria o medo de andar no escuro, que por isso espero no absurdo?

Quantas vezes visitei o nada partindo de idéias prematuras, esperando a beleza surgir do caos, e da beleza a borboleta azul e o trenzinho cuspindo fumaça, e a mariposa beijando a luz, queimando o corpo, acariciando o âmago que deseja o fogo.

Quantos precipícios que não foram saltados, e letras que tantas vezes escritas, tantas vezes as mesmas, redundantes e sem sentido.

Quero o corpo de qualquer canção, o abandono das palavras, o sublime no cinema, a serenidade que habita no silêncio, a complexidade de sentir dor e calor e saber que a vida prepara o futuro com tanta certeza do que virá.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bem menos

Uma nave aporta. Nada importa.

Tudo desintegrando aos poucos. Imagens perdendo a cor.

Estética do nada. Fim da dialética frenética, esquizofrênica e ritmada.

Te odeio bem alto com os ouvidos surdos.

Te odeio bem alto sem som.

Apito.

Essa nave idiota se levanta e vai.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mau-dição

Vou em sua busca mais uma vez, você não está em parte alguma, evaporou, nem mais amigo, nem mais amante.

Entro na madrugada. Você deve estar em alguma parte onde toca uma canção. Não houve a nossa canção mas hoje ela toca e eu pareço louca atrás de algo que não existe.

Vou em busca daquele velho beijo, o nosso cheiro. Te mando mais uma carta. Você responde e eu acredito em tudo mais uma vez.

Você está na minha frente. Te beijo, te toco, ainda não acredito.

O nosso velho beijo. Que amor eu sinto e como estúpida me sinto de novo sendo só sua.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Nós resistimos

Nós resistimos. Através da internet estamos ligados pelos nossos sonhos e satélites. Nós resistimos na folha em branco, nas páginas dos programas, nos bate-papos, na tela plana na qual lançamos nossa profundidade. Nós resistimos no apito dos arquivos que saltam de tela em tela, nosso conteúdo comprimido, nossa paixão, nosso anseio e saudade, tudo comprimido, para caber no container das transferências à distâncias.

Nós resistimos, nossa luta, nossa convicção, nossa lembrança, resiste no carregamento das fotos, na sessão de slide, no correio eletrônico. Nós resisistimos com alma sozinha tracejando letras, traquejos e expressões, trocando carícia virtual, não temos medo da inflexão do verbo.

Metamorfoseamos em wmv, mp3, docx, jpg, mpg, vob, avi. Resistimos na clausura das pastas, no limite da nossa imagem e do nosso som. Existimos onde não estamos, buraco vazio na cadeira do escritório. Somos tudo em monitores.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

catarse

Senti sua falta esses dias, mas já não sou mais a que eu era antes de novo. Quantos fragmentos de pessoas, uma dependência desleal, um desencontro. Preciso urgentemente me encontrar. Não sei ser linear, meus amigos estão na luta linear, eu estou na luta avessa. Sou tão explícita do que preciso que tenho vergonha. Quero que vc saiba que também sou amiga contínua nos meus pensamentos. Mas todos os ritmos que me interessam estão contra a minha corrente. Estou presa e louca de novo. Me sinto bem presa, acho que é isso, se é que me entende.

Eu não sou igual mesmo ao que é daqui e não quero ver a vida esvair assim na minha frente. Preciso agradecer a tudo o que eu tenho, mas não consigo ser grata porque tudo que se vai. Estou dormindo e sonhando de novo, em cada sonho pinto uma estrela para os filhos que virão, sou tão triste. É TPM. Só pra dizer que você é um amigo que faz falta, mas não conseguia te olhar sem os olhos do peito. E precisava repousar urgente em algum colo, mas continuo dormindo sozinha e não sei por quanto tempo.

Eu te escrevo porque sei que você me entende no nosso silêncio, mas é que fico sem graça porque nenhum amigo me escreve amargura como eu e penso que é feliz não escrever amargura. Não gosto de ser vista feia, embora nem todos vejam o por fora. Não gosto da apreensão que estou sentindo por sentir a morte. Se eu não cometer extravagâncias posso passar a vida escrevendo tolices. Se eu rezar esqueço o preço da dor, não quero ver ninguém morrer e não posso deixar que se vá. Por isso continuo nessa dança louca e sincera como espelho, irresponsável, explícita, arredia, fugidia, média, mínima, incansável e incapaz.

Espero que vc entenda e seja capaz de perdoar o meu drama e tpm desperdiçados em caracteres e enviados pra vc.